quinta-feira, 9 de julho de 2009

Convites que não se devem recusar! (07 Julho)


Na Tunísia, quando nos convidam para ir a sua casa, significa que já demos um grande passo na consideração e confiança da pessoa . Tanto que já estamos aptos a conviver com os seus e a viver as suas tradições…


Tal como os presentes e comida que nos oferecem, ficam tristes e levam a mal se recusamos…


E depois de um convite tão simpático, efusivo e em cima da hora…como reagir?!


Fui apanhada de surpresa, quando o Sr. Raouf me convidou para dali a 40 minutos me ir buscar a casa para festejar com os seus familiares a circuncisão de um dos seus sobrinhos pequenos.


Num curto espaço de tempo veio-me tudo à cabeça, as histórias de um só prato para 12 pessoas, 1 só copo, e mais a multidão (porque aparentemente insignificante, a festa da circuncisão é um momento muito importante na vida de um muçulmano, que reúne toda a família e mais não sei quantos amigos e conhecidos) de gente que não conhecia.


Ainda demorei a dar minha confirmação para a festa, fazendo várias perguntas, como era a tradição, o que implicava, mas ao fim de 5 minutos já era demasiado tempo…sorri e perante tanta expectativa…. Aceitei! Foi inevitável, pois senti que era importante para o Sr. Rouf e ele fazia muita questão, mesmo!



A festa:

Uma pequena multidão…homens, mulheres e crianças... muitas crianças… Acho que nunca vi família tão grande, tendo em consideração que o Sr. Raouf só me falava em primos, primas, sobrinhas (os)….


Não é preciso grandes requintes para se fazer a festa, que começa por um passeio de “caleche” para menino circuncidado e alguns familiares (penso que as duas senhoras de idade seriam avós e alguns dos priminhos pequenos) e o resto da multidão á frente, atrás e por todos os lados a dançar, a cantar, a conversar ou simplesmente a curtir o momento…


Faz-se um pequeno tour pelos quarteirões mais próximos da pequena aldeia, soam os “jambés”, os “Bendir(es?)” (obrigada Joaninha, se não fosses tu nunca saberia o nome daquilo, agora só tens de me ensinar o plural!:)), o clarinete (espécie de) em madeira, muito típico por cá e as ladaínhas imperceptíveis para quem não entende nada de árabe. Mas é alegre!
Normalmente as pessoas, têm um rosto triste e bastante carregado, mas nas festas…são uns verdadeiros “festivaleiros”, como diria alguém que conheço! :)


As “Madames” e “gazelles”, vão com os seus trajes mais bonito e algumas de salto alto e bem fininho, tatuadas nas mãos e nos pés. Os homens…bem, passemos à frente as bermudas e os chinelos de meter o dedo!:)



A festa prolonga-se até bem tarde, mas acabei por ficar pelo cuzcuz extra picante de “mouton”, o qual o Sr. Raouf fez o favor de tirar do meu prato.


Nota: Aqui a colher é o talher mais importante… Há mesmo restaurantes que só trazem garfos e facas quando solicitado (e por vezes demoram a trazer, ou fazem-se de esquecidos, porque não percebem para que os queremos:)).


Não quis fazer feio por isso fui , mas também não faria muito sentido ficar para além do jantar, uma vez que seria um serão ao ar livre de conversas em tunisino.


Depois de muitos cortes e de ter comprimido ao máximo o ficheiro, ficam aqui alguns retalhos desta festividade!:)


1 comentário:

andria disse...

ehehe muito giro, isso parece mesmo um mundo à parte.
Fizeste muito bem em ir !