Sahara 9 e 10/04- 2ª Parte

Dia 2: Chot El Jerid • Chebika • Tamerza • Kairouan •

3h40 despertar: o check-out era às 4h e o pequeno almoço às 4h30, só para terem uma ideia dos sacrifícios que fazemos para passear…:) sim, porque se fosse para trabalhar “o tanas” que se levantavam… :)

O objectivo era ir ver o nascer do sol a “Chott El Jerid”, o lago salgado. Estava um frio de rachar, andamos 1h30min de autocarro e depois tivemos de parar à pressa… pois aqui em África tanto o nascer como o pôr do sol é um processo de “piscar de olhos”. Saiu toda a gente disparada (pronto exagerei um bocadinho..acham por acaso que entorpecidos do sono...dava para correr?:)) do autocarro para tirar fotos. Claro que mais uma vez os “tristes” tiveram de poupar… mas lá se improvisou qualquer coisita... :) Bonitinho, mas apressadinho, assim o classifico! Houve quem se entusiasmasse e descesse a ravina até à borda do lago, mas o entusiasmo terminou com pés molhados, enlameados e queda de uma das meninas espanholas…:) Foi um espectáculo digno de se ver...principalmente porque estava naquele horário de ”não me chateiem que estou capaz de morder!” :) Obrigada Espanha. Foi lindo!

Uma pequena curiosidade: no lago salgado, principalmente no pino do verão, com o sol a bater nos cristais de sal, dá-se o fenómeno da “miragem”...ou seja... se forem a “Chott el Jerid” no Verão é natural que vejam coisas que não existem, como caravanas de camelos a atravessar o deserto.

Chebika: Um dos oásis mais conhecidos e visitados da Tunísia. Para lá chegar fomos divididos em grupos de 6 pessoas e distribuídos por jipes todo o terreno*. Visitamos o que resta da aldeia original (destruída nas cheias de 1969), o oásis e as lindas quedas de água. Aqui vi pela primeira vez os animais do deserto vivos em caixinhas de vidro para levar como souvenir!:) Que tal um cão, um gato, ou mesmo um peixe, algo mais inofensivo, não? Porque aqui claro que as bichezas vêm com todo o veneninho. Ah e os facões que é típico ver-se nos filmes do deserto… - Estou a imaginar a ter de abrir mala na alfândega…:) Foi bonito…mas como estava com pressa não tive tempo de regatear preços e fui um pouco roubada…

*Jipes todo o terreno: a viagem foi emocionante e o nosso “berbere” era um porreiraço !:) Mas cintos de segurança aconselham-se!) Falava todas as línguas e sabia dizer “Tudo fixe” em português… lol… outros tugas que transportou com certeza…

Tamerza: 3000 camelos, 2 cabras, mais não sei o quê… não é de deitar fora não...e com a crise que vai no país…mas o meu noivo achou que apesar de tudo mais valia sustentar-me a mim que a tanta bicharada junta... :) E aqui vi pela primeira vez enroladinha no meio da areia, dentro de um frasco transparente, uma cobra do deserto...e com cornos! Aquela coisinha aparentemente inofensiva fazia arrepiar, acreditem! Foi ai que me lembrei que berberes do dia anterior, que nos levaram até portas do deserto iam com chinelas abertas… digam lá se não se trata de um povo arrojado! :) Ah valenteS! Lol Diria mais inconscientes, mas pronto…

Assim nos despedimos de Tamerza e das suas quedas de água, a cerca de 4km da fronteira com a Argélia (o verdadeiro gueto) e rumamos em direcção a Kairouan.

(Algures por aqui ainda fizemos um pequeno tour de caleche para visitar o jardim botânico onde predominava a plantação de palmeiras - “Palmeiral”- cujo fruto são as tâmaras).

Kairouan: foi quase de passagem, pois só saímos para ver como se faziam tapetes artesanais numa loja recomendada e nessa mesma loja (claro que estratégia para ver se comprávamos alguma coisa...espertos…não perdem a oportunidade) subimos ao terraço para ver a grande mesquita de longe! Foi aqui que o guia disse que: Ir 7 vezes a Kairouan equivale a ir 1 vez na vida a Meca”, claro está que tal como muitos praticantes interpretam à sua maneira a religião, também aqui houve quem interpretasse que assim sendo, teria direito a 7 virgens no paraíso (mas este era ganancioso, queria 70!;)). Desenganem-se os machos, porque só é válido para quem pratica boas acções! LOL Pratiquem o bem e logo se verá!