Dia 15/02 - “Bem vindos ao mundo encantado…”

Lembram-se quando eram pequeninos e na Noite de Natal ansiavam pelo Pai Natal? Ou quando chegava a hora de abrir as prendas, em como era “apoteótico”?LOL

Pois foi essa mesma sensação que me invadiu ao entrar no “Carrefour” de Tunis!:)

Um HIPERmercado (o maior da Tunísa)…limpinho, bem organizado, espaçoso, com tudo e mais alguma coisa…bolinhos quentinhos, franguinho no espeto, imensos congelados, a minha cortina de casa-de-banho, cruzetas, ai os meus lençóis e edredon… enfim...um paraíso inexplicável de consumismo! Viva à oferta e à procura!:)

É terrível precisar das coisas e não encontrar, ou mesmo não haver! Claro está, que a fartura também nos leva a cometer alguns excessos, mas felizmente o pensamento de “Como vou levar tanta coisa”, refreou um pouco os ânimos…

Acho que nunca me senti tão feliz em ir ao Hiper, passar lá duas horas, aquilo a encher e eu na boa sem vontade de sair de lá!:)

As compras foram o paraíso...pior foi na hora de pagar…quando caí na real e me lembrei que isto ainda é um país em vias de desenvolvimento.

1ª Dificuldade: lembram-se do apetrecho que eu já mencionei lá atrás, para escorrer esfregona? Pois…lá estavam eles em montinhos separados prontos a levar e como era algo que precisava mesmo... pois é, esse mesmo... Mas, a “simpatia” que estava na caixa (e que demorou tempos infinitos a passar a meia dúzia de produtos da cliente anterior), disse que o dito apetrecho só com esfregona e balde! “D’accord”...então fica!

2ª Dificuldade: “Não pode levar as ervilhas, pois o código de barras não passa”**. O quê??? Não é que eu morra de amores por ervilhas (que não morro nem 1 bocadinho), mas não é normal...se não passa chame alguém para ir ver preço (os meninos de patins p.e. que andavam no passeio). “Não porque os outros clientes já estão a reclamar por estar á espera!” Pois amiga, fique com ervilhas! Mas Catarina lá interveio com seu francês de meter inveja e os outros clientes tal como nós já o tínhamos feito antes, aguentaram o frete.

Ai se fosse em Portugal…

Aqui não existe o lema “O cliente tem sempre razão” ou muito menos “Servir bem e bem servir”. Mas não pensem vocês que se tratou de um acontecimento isolado…na Tunísia é mesmo assim que funciona. Nunca eles estão errados ou colocam sequer essa possibilidade, pois estão a fazer-nos um favor enorme. Reclamações não adiantam muito e às vezes espera-se tempos infinitos não só pela lentidão de quem atende, mas também porque há clientes mais atentos que verificam talão de compras linha a linha…Isto, só para terem uma ideia do “gangue”.
Depois de trazer as ditas ervilhas…lá fomos felizes (eu mais que a Catarina) com minhas novas aquisições!:)

** Confesso que me deu vontade de rir da situação, mas não podia perder a compostura!

O tempo estava fraquinho, fraquinho e muito, muito frrrrio, portanto saímos a meio da tarde de casa para ir visitar “Sidi Bou Said”, a zona histórica de Tunis! Sempre a subir, inicialmente por uma rua em zigue-zague, que desemboca numa rua de comércio e numa escadaria que vai dar até ao célebre “Café de Nattes”. Plantada à beira mar :) “Sidi Bou Said” tem uma vista lindíssima, nem sei descrever! A cor do mar, a baía, a marina (que só vi de longe)… é mesmo um lugar convidativo! Mesmo com o tempo triste vê-se que é 1 sítio lindíssimo! Também aqui, como não poderia deixar de ser as casas são caiadas de branco e têm as janelas e grades pintadas de azul, bem como as portas. “Sidi Bou Said”, é aliás conhecida pelas ditas portas todas azuis com metais encrostados. Demos uma volta, pelo interior desta pequena jóia da coroa e como não poderia deixar de ser tirei várias fotografias, mas quero lá voltar com bom tempo, pois tenho certeza que as fotos vão ficar melhores.

Provei as “farturas” de cá, que se chamam “Bombalouni” e são mesmo muito boas! O aspecto é um pouco diferente, são circulares com uma abertura no centro e uma delícia! Acabadinhas de fazer, enxutinhas, quentinhas, com açúcar e canela! Humm..já estou com saudades!:) Aproveitamos, que estávamos perto e eu não conhecia e fomos ao “Café de Nattes”. Fica mesmo lá no alto e tem umas escadas íngremes de pedra. É um ponto turístico e pelos vistos muito procurado. Talvez por não ser época de turistas e também porque dia não estava muito simpático, havia lá pouco gente, portanto foi fácil arranjar 1 mesinha para nós as 3 (Susana apesar do frio também foi connosco!:)) Estavam algumas pessoas a fumar as suas chichas e eu experimentei o chá de menta (que também devia ter folhas de hortelã), mas desta vez sem pinhões!:) Claro que foi também uma desculpa para tomar algo quente, pois estava um frio de rachaR! Quando de lá saímos já era noite! Mas nem assim perdeu a seu encanto!



Jantamos todos juntos (os furas festas do dia anterior:)) num restaurante estilo europeu, mas com comida típica também! Desde que aqui estou, acho que foi o sítio onde comi melhor…quando digo melhor não é em termos de qualidade mas sim em termos de higiene e aspecto! Tive direito a um individual de papel, tipo “Pizza-Hut”, pelo que conclui que devo andar mesmo a comer em “botecos”!:)



Foi agradável e foi tipo despedida, pois na 2ª já era o meu dia de regresso a Monastir!